sábado, 26 de fevereiro de 2011

suspiro*


(...) às vezes pergunto-me para que serviu tudo isto, para que é que penso tanto em ti, quando tu nem sequer te lembras de mim, para que é que fizes-te com que me sentisse em casa, quando nem sequer a porta do teu coração me abris-te. Talvez seja essa a tua intenção. Sentires que tens um coração como casa, e deixar um outro desalojado. Parabéns, conseguis-te.

Mas sabes, tu nem sequer devias de ter aparecido na minha vida, não devias sequer de ter o direito de me teres feito sentir bem. Tu não tinhas, nem tens o direito de roubar a estabilidade de ninguém, de sugar a felicidade que alguém tem guardada no coração.

Sinto-me tão idiota por pensar que queria ter um futuro contigo... Sinto-me sujo por me ter deixado levar nesse teu feitío contagiante. Por ter medido as tuas palavras ignorantes, por palavras repletas de sinceridade e sentimento. Meu deus tu nem sequer deves saber o que isso é, sinceridade.
Nem imaginas o rancor e o ódio que tenho de ti agora. Tu não tinhas direito de fazer seja o que foi que fizes-te para me magoar.

Tu não devias. Tu não podias. Eu não merecias. Já alguma vez pensas-te como é que eu estou agora?

Porra, eu penso todos os dias como é que tu estás, como é que terá corrido o teu dia, se tu estás bem, eu sinto saudades de te sentir comigo.

Eu sinceramente acho que não há um dia em que eu não me lembre de ti. O teu olhar. Isso sem dúvida é o que não se desvanece na minha mente... A forma como me olhavas durante todo o dia, deixava-me com medo por sentir que estava tão perto de ti, eu próprio ficava com medo de fazer seja o que fosse. Era incapaz de reconhecer qualquer acto que tivesse contigo, era tudo tão natural que nem sequer ponderava duas vezes fosse o que fosse.

Eu (acho que) tinha certezas de que naquele tempo, conhecia o chão que pisava. Era um conforto infindável por saber que finalmente estava ali contigo. Era maravilhoso depois de tudo, ter-te ali comigo.

Se pudesse parava ali mesmo o relógio e ficava tempos e tempos a olhar para ti, a apreciar todos os traços do teu rosto, o rasgo dos teus olhos, a forma dos teus lábios, tudo.

É surreal como as coisas mais pequenas fazem tanto a diferença. As coisas mais simples, mais insignificantes, são aquelas que por vezes nos marcam mais, são aquelas que por mais pequenas que sejam, por mais ligeira que sejam no relógio, são aquelas que passado muito tempo, delas já terem passado, olhamos para elas, e as chamamos por memórias, e acabamos sempre por ficar com o coração mais pequenino.

Mas o que é que acontece, quando temos o coração cheio de memórias, e ficou pequenino demais para conseguirmos deixar entrar alguém? Bem, isso eu ainda estou para descobrir, mas mais cedo ou mais tarde, vais conhecer uma resposta que, por mais simples que te possa parecer, vai ser enorme o suficiente para fazer a diferença em tudo o que tens guardado no teu coração.

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