quarta-feira, 31 de agosto de 2011

cena de filme.

Os sonhos nunca irão ser demais. As memórias é que seriam pesadas e longas o suficientes para me ocuparem breves momentos do meu dia, durante muito tempo.
Continuo com as mesmas teorias de sempre, contigo o mesmo de sempre. O meu coração ficou embalado com um alguém de um filme que nem sequer existe. Fiquei enamorado, com a simplicidade, a facilidade, o carinho que vi durante todo o tempo do filme. O carinho que o ser humano é capaz de entregar e disponibilizar a alguém é de uma capacidade extraordinária. Amamos alguém, quando sentimos que assim tem que ser, e amamos porque essa pessoa, tal como nós, precisa de amor, porque é um pedaço de nós. Sinto saudades de sentir um abraço em que em breves segundos me sinta realmente confortado, me sinta em casa, e me sinta protegido da tempestade que a noite traz.
Quero viajar, e quero ver o que ainda não vivi. Gostava de sentir a sensação de visitar um lugar onde nada me fosse familiar, e me sentisse "quase" perdido e me sentisse no dispor de descobrir tudo o que me vai rodear. Quero sentir um ar novo, quero caminhar onde os meus pés nunca teram caminhado, quero ver caras novas e desconhecidas, quero sentir-me bonito outra vez, por sentir que ninguém me irá conhecer e talvez julgar.
Quero encontrar alguém que não tenha medo de entrelaçar as mãos no meio da rua, e passear a meu lado sem qualquer tipo de julgamento ou vergonha. Quero acordar de manhã e olhar para o espelho e ver essa pessoa a arranjar-se para ir trabalhar enquanto eu faço a tipíca cara de "fica mais um bocadinho comigo" num cruzar de olhares fugaz pelo espelho.
Viver um filme e adaptá-los à minha medida e às minhas circunstãncias, quero tê-lo só para mim e saborear qualquer tipo de emoções e sensações que este me venha a entregar.
Depois de termos explorado todos os lençóis que nos cobriam cobriam naquela noite quente de verão, quero acordar durante a noite e aconchegar-me no seu corpo, quero sentir de que suavidade de anjo é feita a sua pele, quero sentir a leveza do ritmo do seu coração, e quero que o meu jeito fale por mim e me deixe transparecer sem qualquer pergunta... Vou dar asas ao tipíco clichê, "um olhar vale por mil palavras" e ver o pingo de veracidade que nisso existe.
Sentir a sua mão passar por todos os cantos do meu corpo, deixar que o seu corpo descubra o meu sem qualquer medo do que possa acontecer. Deixar os meus defeitos, as minhas qualidades, os meus traumas, tudo a nu, tal como os nossos corpos. Somos só nós, um quarto e um alma conjunta no romantismo de um àpice de sedução misturada com caricías.
Quero que as minhas tardes sejam passadas tal como no filme, a ver filmes deitados no sofá, cobertos por um cobertor macio que nos cobre apenas da cintura para baixo, sinto um braço a envolver-me com ternura e uma mão pousada em cima da minha. Depois de um jantar com todas os aprumes que um jantar digno de um filme romântico deve ter, acabavamos por adormecer os dois na mesma cama, eu com a minha cabeça sobre seu peito, ouvindo baixinho: "eu txi amo, porque você precisa de amô".

terça-feira, 16 de agosto de 2011

fala de botões...

Tentei esconder-me dos caminhos que ao longo do tempo fui trilhando, tentei esconder-me por detrás da minha própria sombra, numa tentativa exaustiva de não trazer o passado comigo, e falhei. Como um pescador perdido numa trovoada e alto mar, cansado, com os olhos queimados de tantos anos de sol, praticamente cego, é assim que me sinto. Preferia mesmo não conseguir ver, porque como custumo pensar, longe da vista longe do coração. Quem me dera que fosse verdade. Quem me dera que por segundos fosse verdade.
Tentei lembrar-me de tudo, e nesse momento nada me veio à mente. Passado algum tempo durante o meu dia, as coisas iam-se tornando claras como imagem momentâneas a decorrar mesmo à minha frente. Foi tão estranho tudo o que eu pensei hoje, foi quase como se estivesse a passar pelas mesmas circunstâncias, tudo de novo.
Cheguei a um ponto que já nem sequer me conheço. Sinto como se me tivessem atirado de uma ponte e continuei durante este tempo todo a cair e ainda continuo, mas quando chegará o chão... Quando chegará o tempo em que vou de novo conhecer o chão que caminho, e os caminhos que vou conhecer ainda... Quero esquecer, e quero perdoar, mas acho impossível, pelo menos agora. Gostava de entender, mas não tenho quem me explique. Mas deixa, eu vou tentando em silêncio perceber com o murmurar do meu coração...
Será que é assim tão mau pensar demais? Sinceramente já não consigo ter uma opinião sobre isso. Eu custumo dizer, "penso demais, é esse o meu problema" mas caramba, quem pensa, sente e quem sente é gente. Muito sinceramente, gostava de apagar umas quantas memórias de mim, pelo menos a parte má de todas elas, aposto que não estavas metido na cama e a escrever aqui, de certeza...
Não me arrependo de nada porque me limitei a seguir a minha sinceridade, mas arrependo-me do tempo que perdi, isso irei arrepender-me sempre de todas as promessas que ouvi para no fim, passarem em vão.
Não estou só a falar de ti, mas de muita gente. Acredita que o que me tem valido são as saídas e as "aventuras" que tenho tido neste tempo todo, isso sim, me dá vontade de dar uma valente gargalhada... Agora tu?... Tu fazes-me dar um sorriso com encanto de nostalgia, e pelo menos, sabes o que é isso?